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Artist
A trajetória da vida e da
carreira deste desbravador artista baiano.
Estudou no Colégio Estadual João Florêncio Gomes e fez um curso técnico em contabilidade, na Fundação Visconde de Cairu.
Em 1975, entrou para a faculdade de Administração de Empresas, na Escola de Administração de Empresas da Bahia. Licurgo não chegou a terminar seu curso, tendo chegado ao terceiro ano da faculdade.
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Ele precisava trabalhar de dia, e não havia possibilidade, na época, de fazer a faculdade à noite. Ainda na adolescência, na escola, Licurgo se destacava nas atividades artísticas, desenhando as capas dos cadernos de férias de seus colegas. Autodidata, nunca fez nenhum curso de pintura enquanto morava na Bahia, tendo iniciado sua carreira por puro talento, vocação e sensibilidade artística.
Suas obras foram exibidas pela primeira vez em 1973, numa exposição coletiva. Licurgo não teve patrocínio de ninguém, contando apenas com seus próprios recursos e o apoio da família, sempre presente em suas exposições. Aos 20 anos, pintou o seu primeiro quadro, “O Forte de Santa Maria “, em Salvador. Este quadro foi mandado para São Paulo, presenteando sua prima Maria José Miranda Rego, que ele considerava “ uma de suas grandes incentivadoras “, desde o início de sua carreira.
Em junho de 1982, foi contratado pela Siemens S/A, no cargo de Auxiliar Administrativo ( função que exerceu na empresa até setembro de 1995 ).
O sonho de Licurgo era morar no Rio de Janeiro, porque achava a cidade bela, glamourosa, alegre, cativante. Licurgo queria ser famoso, queria expor seus quadros em grandes galerias, do Rio, do Brasil e do mundo.
Em uma de suas vindas ao Rio de Janeiro, em dezembro de 1984, para visitar sua prima Zezé ( Maria José ), ele conheceu Débora Aromatis Machado, namorada do filho de sua prima, Emanoel.
Logo ficaram amigos, e ela o hospedou em sua casa, em Copacabana, para que passasse alguns dias de férias e aproveitasse as belezas que a cidade maravilhosa poderia lhe proporcionar.
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Débora, sobrinha do famoso artista plástico Edy Gomes Carôllo, apresentou-lhe então seus pais, Jandyr Fontoura Machado e Yolanda Aromatis Machado. Eles simpatizaram muito com Licurgo, e com seu entusiasmo em desenvolver sua arte. Prometeram que iriam ajudá-lo no que fosse possível, pois além de amantes da arte, eram pessoas extremamente generosas. Eles tinham planos de apresentá-lo a quem consideravam “ o mestre Carôllo “, para que este, pudesse impulsionar sua carreira.
Em Janeiro de 1985, menos de um mês depois deste encontro, Jandyr Fontoura
Machado veio a falecer prematuramente, aos 51 anos de idade.
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Carôllo deu-lhe aulas de pintura, aprimorando suas técnicas, e, sob a supervisão do mestre Carôllo, pintou um lindo quadro, “ o Largo do Boticário “, que participou de uma exposição na Holanda. Hoje faz parte do acervo particular de Yolanda.
Atendendo a um pedido de Yolanda, Edy Gomes Carôllo, seu cunhado, pediu ao seu amigo, o renomado artista plástico Mazza Francesco, que fazia parte da diretoria da SBBA – SOCIEDADE BRASILEIRA DE BELAS ARTES , que ajudasse Licurgo.
Suas obras foram expostas em vários estados do Brasil e também no exterior.
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Licurgo mudou-se para a Ilha de Paquetá em 1998, e sua residência, na Rua Tomaz Cerqueira, nº 80, transformou-se no espaço cultural LICURGO ARTES VISUAIS, criado para divulgar trabalhos de artistas e artesãos de Paquetá e de outras localidades.
Ele se integrou perfeitamente, e “ pôde achar o seu espaço lutando “, publicou o boletim informativo Licurgo Artes Visuais, com informações obtidas através dos moradores da Ilha de Paquetá. O boletim dizia também: “ Hoje, ele vive de artes, o grande amor de sua vida! Em torno dele, congrega cada vez mais pessoas de sensibilidade e cultura crescentes... em um país onde cultura é ainda um privilégio das elites.” Licurgo Artes Visuais não contava com o apoio cultural de nenhuma entidade, e sim com a ajuda dos visitantes e amigos.
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A popular “ VARANDA DAS ARTES” tinha uma excelente aceitação dos visitantes e moradores da Ilha.
“ Na verdade, Licurgo não vive das artes, e sim driblando com ARTE os percalços da vida. Criativo, perseverante, ele não recusa trabalho, até mesmo quando lhe é oferecido um pequeno ganho. Ele vive de pintar, ensinar, cantar, criar, plantar, cozinhar... Ele tem sido um guerreiro para sobreviver com dignidade. Do seu exemplo fica bem clara a importância de acreditar na força do trabalho inteligente”, disse sua amiga Mileide, neste mesmo boletim.
Licurgo foi acolhido também pelo Hotel Fragata, em Paquetá, que lhe reservou um espaço para que, todo final de semana, se realizasse a Feira do Cochicho, onde podia se encontrar obras de arte de diversos artistas, roupas antigas e acessórios diversos.
Licurgo faleceu em 28 de julho de 2006, vítima de um ataque cardíaco, no Centro do Rio de Janeiro. Licurgo virou uma estrela no céu de artistas justamente na cidade onde sonhara ser seu lar. Licurgo foi muito feliz no Rio de Janeiro, mas sua felicidade completou-se na Ilha de Paquetá, onde residiu por quase 10 anos. Seu corpo foi levado para lá, onde teve um funeral repleto de amigos, moradores locais e principalmente de sua família, que lhe prestaram homenagens, com orações, leituras, e salva de palmas.
A missa de 7º dia ocorreu na Igreja Bom Jesus do Monte, dia 04/08/2006. Sob forte emoção, todos seus amigos e entes queridos puderam render-lhe as últimas homenagens.
Últimas? Jamais, Licurgo! Você será sempre o artista que passou por nossas vidas e ficou, de verdade, dentro de nossos corações! Você deixou conosco sua arte, seu amor retratado em telas, sua sensibilidade, que, com seus olhos de artista pode relatar a vida para nós com seus pincéis da verdade, da angústia, da esperança, da fraternidade...
“ Nada morre quando permanece no coração da gente “, e você, Licurgo, permaneceu, você...PERMANECERÁ!!!
Vá com Deus, Licurgo, pintar no céu azul o que você pintou tão bonito aqui na terra... E alegrar os anjinhos do Menino Jesus!
PALAVRAS DE LICURGO: “ Reflito, em minha arte, o meu conceito do papel que o artista deve desempenhar na sociedade: mostrar toda a realidade nela existente, pois sou como uma espécie de observador. Registro, em minha obra, os acontecimentos da época em que vivo."
Em correspondência ao que afirmo, o meu pincel desliza na temática da gente simples, sofrida, e de suas manifestações." ( Licurgo, Salvador, Julho de 1981
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